Vamos começar pelo conceito, e em seguida veremos algumas situações onde é possível aproveitar as vantagens de emitir um CTe globalizado.
O que é e para que serve o CTe globalizado?
Trata-se de uma possibilidade de emissão do Conhecimento de Transporte Eletrônico que permite "agregar" em um mesmo documento fiscal várias notas fiscais de remetentes ou destinatário distintos.
Ele permite que, em algumas situações, a regra de "um CTe para cada remetente / destinatário" não precise ser aplicada, e podemos emitir um único CTe para DIVERSOS destinatários.
Dessa forma, conseguimos agrupar em um mesmo conhecimento várias notas fiscais, o que não só simplifica o processo, mas também pode gerar uma redução de custos com as taxas das transportadoras.
Em que situações ele pode ser utilizado?
Em primeiro lugar, é preciso que o trecho ao qual o CTe se refere fique dentro do mesmo estado, ou seja, o CTe globalizado não pode ser utilizado para transporte inter-estadual.
Além disso, o Tomador do Serviço deve necessariamente ser o remetente ou o destinatário do CTe.
Por fim, é preciso que um CTe globalizado contenha notas fiscais de pelo menos 5 destinatários (ou remetentes) distintos. Ou seja, supondo que o tomador do serviço seja o remetente do CTe, ele deve estar enviando mercadorias para pelo menos 5 CNPJs distintos, para que as respectivas notas fiscais possam ser agrupadas em um mesmo CTe globalizado.
Como preencher o CTe globalizado
Uma vez satisfeitas as condições acima, a emissão nesse formato fica bem simples. Basta observar as seguintes regras para o seu preenchimento:
Quando o tomador do serviço for o remetente (outbound)
O campo remetente do CTe deve ser preenchido com os dados do tomador do serviço;
O nome do destinatário deve ser preenchido com a expressão "DIVERSOS";
O CNPJ e endereço do destinatário devem ser preenchidos com os dados do emitente do CTe, ou seja, com os dados da transportadora que irá realizar o transporte.
A tag indGlobalizado do XML do CTe deve ser preenchida com o valor 1.
Quando o tomador do serviço for o destinatário (inbound)
O campo destinatário do CTe deve ser preenchido com os dados do tomador do serviço;
O nome do remetente deve ser preenchido com a expressão "DIVERSOS";
O CNPJ e endereço do remetente devem ser preenchidos com os dados do emitente do CTe, ou seja, com os dados da transportadora que irá realizar o transporte.
A tag indGlobalizado do XML do CTe deve ser preenchida com o valor 1.
Casos de uso mais comuns
Entregas dentro do estado para um mesmo embarcador
Quando um embarcador contrata a transportadora para realizar várias entregas, mesmo que em locais distintos, mas que serão feitas pelo mesmo veículo. Neste caso, a transportadora pode emitir o CTe globalizado, e utilizar como comprovante das entregas apenas os canhotos das notas fiscais.
Trecho intermediário de transferência dentro do estado
Vamos supor que um embarcador contrate uma carreta de uma transportadora apenas para coletar uma grande quantidade de notas fiscais para destinos distintos, mas essa transportadora vai realizar apenas o primeiro trecho desse transporte (dentro do estado). Pode ser o caso, por exemplo, de um embarcador no interior do estado, que contrate uma transportadora para fazer a entrega em um CD na capital, e depois outras transportadoras para fazer a distribuição dos produtos. Neste caso, esse primeiro trecho pode ser feito com um CTe globalizado, independentemente do destino final das notas fiscais, visto que a prestação do serviço desse trecho ocorre dentro do estado.
Como gerar um CTe globalizado no Gestor Logístico
Na página de composição de uma carga (ou viagem), após você adicionar todas as notas fiscais que serão transportadas na mesma carga, o sistema irá analisar se as condições necessárias para a emissão do CTe globalizado estão atendidas. Em caso afirmativo, a opção Gerar DT globalizado será habilitada (e vai indicar automaticamente se será para Diversos remetentes ou Diversos destinatários).
Basta selecionar esta opção, e no momento da geração dos Documentos de Transporte o sistema irá automaticamente agrupar as notas fiscais e gerar um único CTe globalizado.
